Sobre devaneios, divagações e universos pararelos

Sobre devaneios, divagações e universos pararelos

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quando a chuva cai...



Não sei se é porque moro no sertão brasileiro, onde não chove muito que me encanto com tal fenômeno. Talvez se morasse em um lugar onde as chuvas fossem mais freqüentes não tivesse essa mesma concepção. Como muitas vezes acontece conosco, não damos valor aquilo que temos, sempre achamos que falta alguma coisa a mais. Se faz sol queremos chuva e se tem muita chuva desejamos o brilho e o calor do sol. Estamos constantemente insatisfeitos com aquilo que dispomos ao nosso redor, e com isso muitas vezes acabamos perdendo tempo, deixando escapar pequenos detalhes que fazem toda a diferença. 

A chuva me acalma, me faz parar pra pensar e refletir sobre a vida, me faz voltar ao tempo de criança. Em um tempo que não havia muitas preocupações, exigências, onde não se tinha idéia da complexidade da vida. Traz recordações, lembranças das mudanças que foram ocorrendo, das passagens de fases, dos momentos marcantes (felizes e tristes). No quanto aprendemos enxergar a vida com outros olhos, a caminhar com nossas próprias pernas, caindo e levantando.  Um processo bastante difícil, porém muito rico, e creio que ele nunca abará, pois a cada dia surge algo novo, que nos faz crescer e aprender um pouco mais.

Adoro tomar banho de chuva.  Adoro dormir quando chove, o barulho dos pingos nas telhas. A sensação de tranqüilidade, paz interior invadindo o ser. Ver um filminho debaixo das cobertas. Ler um bom livro e ouvir uma boa música. Muito bom.

"Viver não é esperar a tempestade passar... é aprender como dançar na chuva" (Autor desconhecido) ... E você sabe dançar na chuva? Eu tô aprendendo...


Com a chuva vem também uma melancolia inexplicável, uma saudade do que se viveu e do que ainda não. A chuva é Deus lavando nossa alma, limpando as impurezas e fazendo florescer coisas boas. "Ame como a chuva fina que cai silenciosamente mas que pode transbordar rios."

E encerro o post com Maria Gadú e Luiz Kiari cantando "Quando fui chuva"




Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meu traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua
Quando já não procurava mais
Pude enfim usar os teus vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas
E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!
Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca
E, mesmo que em te me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pitaco