Sobre devaneios, divagações e universos pararelos

Sobre devaneios, divagações e universos pararelos

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Sobre as “redes sociais”

Para que fazer parte de redes sociais se eu não sou uma pessoa sociável/aceitável??? Pois é, atualmente estou fugindo de qualquer interação social que não tenha uma obrigatoriedade/indispensabilidade/essencialidade em minha vida. Cansada das pessoas, seus achismos, opiniões e julgamentos.

No meu ponto de vista, muito longe de promover interações sociais profícuas, e relações saudáveis entre as pessoas, as redes criam um verdadeiro abismo e isolamento entre elas. Ninguém se entende, ninguém se ouve, ninguém se respeita. Virou uma confusão generalizada... Além de ser um convite a invasão de nossas vidas, privacidade e mente. Uma abertura a interpretações múltiplas e geradoras de conflitos.

Hoje decidi que não quero mais fazer parte dessas redes. Julgo completamente dispensável. Não quero saber o que fulaninho comeu no almoço, para onde viajou nas férias, o que pensa sobre a política etc etc. Como também não quero que saibam sobre mim... Não quero notificações.

Sempre fui uma pessoa muito fechada, nunca gostei de expor os sentimentos e vulnerabilidades – apesar de ser muito transparente e de vez em quando expor mais do que deveria. Nas vezes em que me abri, me expus, falei sobre meus piores medos, frustrações, angustias e sobre o lado mais obscuro do meu ser, isso foi usado contra mim. Não quero mais isso. Não aguento mais isso. Já basta minha própria cobrança, exigência e culpa por não conseguir ser uma pessoa boa/agradável/adequada – não sou assim e sinto que nunca serei. Não fui feita para ser feliz ou gerar felicidade nos outros.

Não quero fazer parte da vida das pessoas apenas quando eu me adequo a elas, não sou um objeto moldável, muito menos descartável, que quando conveniente se tem por perto e quando não é desprezado. Prefiro a solidão, na verdade nasci para ser sozinha mesmo. Dou o direito somente a mim de ser cruel comigo mesma, aos outros não - se for para me ferir deixa que eu mesma faço, não precisa de mais ninguém pra isso.

As vezes a melhor coisa a se fazer é não fazer, não saber, não buscar. As vezes a melhor notícia a se dar é não dar notícias. Sabe quando você vai procurar uma coisa e aparece "página indisponível no momento", pois bem, é assim que estou. 

Hoje decidi vestir a capa da invisibilidade. Quero me esconder, quero fugir, não quero ser nem estar, não quero ter que me justificar ou explicar o porquê de ser assim – essa confusão infinita. E acredito que quanto mais ausente mais fácil as pessoas esquecerem, quando mais fácil esquecerem mais insignificante me torno, quanto mais insignificante me torno melhor para mim. Não me busquem em redes sociais, não me busquem na superficialidade de seus achismos, aliás, não me busquem de nenhuma forma, pois eu não quero ser encontrada.