Sobre devaneios, divagações e universos pararelos

Sobre devaneios, divagações e universos pararelos

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Chutando sapo

Quem nunca viu um sapo entrando em casa e a primeira reação foi chutá-lo para fora? Certeza muita gente já praticou pelo menos uma vez esse ato. Principalmente quem mora em cidade pequena do interior, onde isso é mais comum. Pois bem, quando chutado ele fica bastante inchado (um mecanismo natural de defesa deles), mas daí que mesmo sendo chutado ele volta, chuta de novo e volta, chuta e volta. Ele sempre volta.... Quanta insistência não?

E continua-se chutando, afinal sua presença indesejável causa muita repugnância e desconforto, o tornando extremamente desprezível. Quando isso acontece só se leva em consideração a insatisfação causada pelo sapo. Ninguém pensa em sua função ou importância, não é? Na manutenção do equilíbrio, controle de insetos, evitando que estes se proliferem de forma exacerbada e gere doenças etc. Pois é meus caros, até mesmo um sapo possui seu valor. Mas para o “chutador” isso pouco importa, o interesse é apenas o seu próprio bem estar.


Mas um belo dia, aquele mesmo sapinho, tantas vezes chutado e rejeitado, que sempre estava lá, que sempre voltava, que sempre procurava o mesmo abrigo, resolveu que não voltaria mais. E o que aconteceu para que ele mudasse de atitude? Ele simplesmente cansou. Cansou de ser chutado, incompreendido, desprezado e humilhado. Decidiu que apesar de sua vida parecer insignificante para muitos ele sabia o seu real valor. E se ele sabia, pouco importava o que os outros achavam ao seu respeito – mas o que achavam não lhes dava o direito de feri-lo.