É, amanhã fico um pouco mais velha... Geralmente as pessoas
se sentem felizes na data de seus aniversários, gostam de comemorar, juntar as
pessoas e festejar. Nunca fui disso, nunca gostei – e agora mais que nunca me
parece uma data ridiculamente comum e sem importância. Não tenho lembranças de
festinhas infantis, nem na mente nem fotografia. Existiram ou não? Pouco importa. Aprendi
muito cedo a não ter as coisas, sem muitos questionamentos, apenas aceitar.
Talvez seja por isso que me acostumei a viver com as faltas. Se essas faltas
influenciaram no que sou hoje? É provável que sim... Mas antigamente isso me
afetava de forma dolorosa, hoje em dia é algo que tanto faz. Há muito essa tem
sido uma data triste, na qual a tão sonhada “comemoração” de outrora não existe
mais. O que existe, na verdade, é uma vontade que essa data passe desapercebida,
que não existam mensagens, ligações e principalmente visitas – antes quase
imploradas, hoje rejeitadas e ignoradas. Também não quero bolo, presentes e abraços. O que por muito tempo foi decisão dos outros hoje é uma escolha minha. Simplesmente não quero nada disso. Apenas me deixem quietinha.